terça-feira, 3 de maio de 2011

Aborto na China

Aborto na China:
Quem nunca ouviu falar na China? Uma coisa meio impossível, já a china é famosa por tantas coisas, como sua cultura milenar, sua população que conta com o status de maior do mundo e sua economia, segunda maior do mundo, ou mesmo por aquelas três palavrinhas famosas que podemos encontrar em grande parte dos produtos industrializados hoje em dia: Made in China.
Mas, além de todos os fatos óbvios, a China chama a atenção do mundo quando se trata de questões morais e éticas. Conhecida por inúmeras violações dos direitos humanos, a China é extremamente controversa por práticas que muitos consideram imorais, tais como a pena de morte (é o país com o maior número de execuções no mundo, que não chega nem a divulgar os números exatos) e o aborto.
Apesar da maioria dos países de primeiro mundo terem legalizado o aborto dentro de suas fronteiras, é na China que este chega a números inacreditavelmente grandes. Calcula-se que haja uma média de 13 milhões de abortos por ano na China, sendo que 53% das mulheres chineses já fizeram pelo menos um. O aborto é tão banalizado por lá, que propagandas de clinicas de aborto podem ser vistas enquanto se caminha na rua, como o outdoor transcrito abaixo:

Este anúncio circulou na cidade de Chongqing e é direcionado as estudantes grávidas, veja a tradução:
“As estudantes são o nosso futuro, mas quando algo acontece a elas, quem irá protegê-las e ajudá-las? O Hospital da Mulher de Chongqing Huaxi deu início ao Mês de Cuidado às Estudantes, durante o qual as garotas que buscam um aborto poderão ganhar 50% de desconto se mostrarem sua carteira de estudante. Oferecemos abortos com as técnicas cirúrgicas mais avançadas do mundo, que não causam elasticamento (no seu útero), nem machucam. É rápido e logo após você poderá fazer o que quiser, sem comprometer seus estudos ou seu trabalho.”
Talvez um dos motivos da total banalização do aborto na China seja que, sendo um país comunista, as idéias morais ligadas a Igreja, como a proibição do aborto, não tenham importância. Mas há outros fatores relacionados a esses altos números, fatores estes que causam um grave problema na China: a falta de meninas para um excesso de homens.
Para quem não sabe, para conter a população chinesa que não parava de crescer e estava começando a não caber em seu próprio país, o governo criou a política do filho único, ou seja, as famílias chinesas só podem ter um único filho, a não ser que paguem taxas e multas exorbitantes para manter um segundo ou terceiro filho, coisa que só famílias muito ricas podem fazer. O problema é que estas famílias querem então ter um filho homem, pois de acordo com as tradições chinesas, é homem quem cuida dos pais quando estes envelhecem e é ele quem carrega e passa adiante o nome da família. Então ninguém quer ter meninas, pois se for assim, eles acham que serão abandonados na velhice.
Assim, quando os pais descobriam que iam ter meninas, eles abortavam, até o desejado nascimento de um menino. Mas o que isso criou foi uma população de meninos muito maior que a de meninas, com uma média de 124 meninos para 100 meninas, chegando a 163 em alguns lugares no interior, enquanto a média mundial é de 107. Os homens chineses não conseguem mais se casar, chegando a colocar anúncios nos classificados dos jornais. Tudo por uma noiva virgem. O governo então proibiu que os médicos revelassem o sexo das crianças antes do nascimento, mas ainda assim, pais pagam a clinicas ilegais para que o sexo do bebê seja revelado antes que o prazo para fazer o aborto estoure. Isso quando não ocorre então o infanticídio, as meninas são assassinadas pelos próprios pais depois do nascimento. O governo, ainda tentando conter o aborto de meninas, proibiu abortos após 14 semanas de gravidez, mas a maioria das clinicas topa fazê-lo em segredo até mesmo no nono mês da gravidez. Há também relatos macabros de que o governo força as mulheres que já tem um filho
a abortarem caso elas se vejam grávidas novamente. São carregadas até o hospital e lá, abortam contra sua vontade.

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